O Gilberto Custódio escreveu uma ótima resenha sobre o primeiro dia do UPLOAD para o Esquizofrenia. Tomo a liberdade de transcrever aqui o parágrafo sobre o Svetlana:
Os curitibanos do Svetlana subiram no palco rapidamente, quando ainda mal tínhamos nos recuperado da pancada que foi o Objeto Amarelo. No palco, instrumentos poucos usuais para um show de roque, mesmo porque Svetlana nem é uma banda de roque. Eles trocam guitarras por pianos e gritos por vozes macias e etéreas. De princípio causou estranhamento, afinal o efeito OA custava a passar. Mas aos poucos foram ganhando o público, que sabiamente optou por assistir o show sentado. O que mais chama atenção no Svetlana são os vocais. Perfeitos, vozes feminina/masculina belíssimas e afinadas, melancólicas em certos momentos, fria em outros, sempre encantadoras. A cantora é a suíça Edith de Camargo, que também toca no Wandula (excelente banda que lançou um dos melhores álbuns que ouvi em 2002), que faz um som ainda mais experimental e difícil que o Svetlana. Mas mesmo assim o show não foi algo, er... pop. Longe disso. A garotada new rock provavelmente detestou. Eu fiquei impressionado, afinal era a primeira vez que os via ao vivo. Fiquei pensando que perfeito seria assistir a banda num local mais intimista e aconchegante, com vinho e cigarro a vontade. Fãs de sons mais soturnos old-skool como Jacques Brel, Scott Walker e Leonard Cohen iriam adorar a banda. Na platéia, foram visto integrantes do Les Sucettes e Blue Afternoon tendo espasmos de alegria (ou tristeza?). A música do Svetlana geralmente segue com uma linha lenta e hipnótica do baixo, enquanto um piano muito bem tocado solta as mais belas notas musicais, ambos acompanhados por batidas simples de bateria. A suíça, além de cantar em inglês e francês, toca instrumentos esquisitos, como a escaleta e um luxuoso acordeão.
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