quinta-feira, setembro 26, 2002

LNB 5



Thrill Jockey Night

Noite especial com 10 grupos da gravadora Thrill Jockey de Chicago, em 4 salas diferentes. Tudo começou de maneira meio conturbada com atrasos, anulações, mudanças de sala, e muita simultaneidade de shows, e um filme bem bacana na sala de cinema do Botanique.
Chego na metade final do show do Radian. Baixo, bateria e computador. Minimalismo e muito ritmo. Bem bacana.
O filme "Looking for a Thrill" é uma coleção de depoimentos de diversos músicos sobre o momento em que eles perceberam qua a música era importante na vida de cada um. Aparecem os caras do Tortoise, do The Sea & Cake , o Howe Gelb falando das tardes passadas com máquinas de pinball, weed e Brown Sugar dos Stones. Um cara do Mouse on Mars falando do Stevie Wonder, um outro contando o quanto Husker Du mudou sua vida, etc... O melhor depoimento é o do Steve Albini, falando que ele não se interessava por música até o momento em que descobriu o primeiro disco dos Ramones, e achava aquilo muito engraçado, mostrava pros amigos dizendo : "olha que coisa mais estúpida isso", e a partir do momento em que deixou de achar aquilo apenas engraçado foi que descobriu que aquela seria a música mais importante da sua vida.
Howe Gelb se apresentou com seu violão (foto acima), um piano, maracas e um inusitado Cd-player mini-disc, que usava para mostrar trechos de músicas como introdução às suas e até mesmo para tocar em cima de músicas inteiras, como uma do Miles Davis por exemplo. Ele conta histórias de cassinos, cowboys e poker em suas inspiradas canções, pergunta ao público "quem viu Lee Hazlewood na sexta?", cita Lou Reed e faz um belíssimo show lotando totalmente a pequena sala da Rotonde. E na platéia, na primeira fila, encontro Dave Eugene Edwards, falando sozinho, como sempre.
O Trans AM fez um show pesado, brincando com os clichês do rock, mais metal do que eletrônico, chegam até a botar fogo (literalmente) na bateria. Rock !
The Sea & Cake fez um show insosso, cheio de problemas técnicos, e os caras pareciam de má vontade.
Tortoise ao vivo é muito interessante : duas baterias, xilofones e vibrafones, muito peso e ritmo, todo mundo toca de tudo. 100% instrumental como manda a cartilha do post rock, mas na verdade o que eles fazem é jazz disfarçado.

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